Leonardo Torres


Livro de Visitas

Data: 07-04-2011

De: José Leonardo Torres

Assunto: Re:Parabens

Cara Valéria,

A insatisfação do governo brasileiro com o presidente da Vale, Sr. Roger Agnelli, cargo que ocupa desde 2001, começou ainda em 2008, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores, medida que irritou o governo. Até aquele momento, o presidente e Agnelli mantinham uma relação próxima. O que o governo e todos nós queremos é que a Vale amplie seu papel nos investimentos e criação de empregos no Brasil, principalmente depois de a mineradora ter registrado lucro de US$ 17,3 bilhões no ano passado, um recorde no setor, escreve a publicação.

Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o governo exerce influência na companhia por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos de pensão de empresas estatais liderados pela Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), que são acionistas da mineradora. Junto com a Bradespar (empresa de participações ligada ao Bradesco) e da trading japonesa Mitsui, eles controlam a Vale. Portanto, se a Vale é controlada por entidades ligada ao poder público pertence a coletividade e deve ser direcionada para tal fim.
Agora dizer que a Vale cresceu graças à privatização não é verdade absoluta. O valor da privatização correspondeu ao lucro líquido da empresa de um ano e meio na época da privatização. A empresa cresceu devido a boa gestão do Agnelli e também ao aumento na demanda mundial por minério de ferro que já era esperado. Não sou contra algumas privatizações, acho que a vale não necessita ser estatal, o problema foi a valor da negociação, não foi levado em consideração as reservas e o pior mesmo que fosse seria complicado porque o que não é minério hoje pode vir a ser no futuro dependendo da demanda e das novas tecnologias.
Acho salutar a preocupação do governo federal, não é questão de intervenção e sim uma preocupação com o futuro. A se levar pela ganância dos investidores lavra-se todo o minério o mais rápido possível e assim garantir retorno financeiro a curto prazo. É evidente que não se deve buscar apenas a exportação de matéria prima e sim produtos de alto valor agregado. É este o caminho que o Brasil deve buscar. Politizar uma questão econômica desta natureza deve ser coisa de reacionário aborrecido por ter sido fragorosamente derrotado nestas eleições.

Abraços,

Leonardo Torres


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