Leonardo Torres


"O DADO MAIS IMPORTANTE É O GRAU DE SATISFAÇÃO COM O GOVERNO LULA

26-05-2010 12:53

 

"O dado mais importante é o grau de satisfação com o governo Lula", diz cientista político sobre eleições 2010

25 Maio 2010

O cientista político Leonardo Barreto analisa em seu blog, “Casa de Política”, a sucessão presidencial brasileira. Cita o economista americano Anthony Downs e seu clássico “Uma teoria econômica da democracia” para explicar que a decisão do voto é racional. Veja alguns trechos:

Em um modelo simples, Downs afirmava que os eleitores são seres racionais e que escolhem opções políticas que mais se aproximam dos seus interesses, objetivos e preferências. Mais importantes do que os vínculos ideológicos, compartilhamento de valores ou de identidades sociais é o fato de que os cidadãos compreendem que parte significativa do seu bem estar advém da gestão realizada por governos. (...)

No caso da eleição presidencial brasileira de 2010, o modelo de escolha eleitoral elaborado por Downs pode ser bastante útil aos analistas. O dado mais importante de todo o processo eleitoral é o grau de satisfação da população com o governo Lula. Pesquisas realizadas por todos os institutos de pesquisa mostram incessantemente que o governo atual atingiu seus maiores índices de aprovação em toda a série histórica, iniciada em 2003 (cerca de 80%). Na medida em que as pessoas estão satisfeitas com a administração atual, pode-se supor que elas também estejam positivamente mais sensíveis à sua continuidade. Considerando que os brasileiros sejam racionais e buscam adequar suas ações aos seus objetivos, é palpável afirmar que buscarão uma alternativa eleitoral que mais se aproxime do ideal de continuidade. Nesse sentido, a candidatura de Dilma Rousseff ganha uma força estrondosa. (...)

É importante notar. O poder de transferência de votos não está ligado necessariamente à capacidade pessoal de Lula de persuadir eleitores, mas ao desejo de ver a atual administração tendo continuidade. Na medida em que as pessoas vão identificando a ex-ministra como a candidata do governo e da continuidade, seu índice de intenção de votos subirá naturalmente. (...)

Outro autor mais antigo chamado Maquiavel dizia que a política podia ser dividida em duas: uma era previsível e passível de manipulação. Outra era ditada pelo acaso, por aquilo que não podia ser controlado. Com os atuais indicadores de aprovação do governo Lula e a vantagem concreta de Dilma sobre seus adversários, pode-se dizer que, atualmente, a ex-ministra da Casa Civil de Lula possui uma situação mais controlada e administrável. Já as chances de Marina e Serra dependem mais da força do imponderável.

Sds,

        Leonardo Torres

—————

Voltar